Ao som de Formation, de Beyoncé, uma turma de estudantes e trabalhadores deixou de lado por uma hora, em 4 de março, as agruras do cotidiano para chacoalhar cabeça, quadril e membros. Eles participavam do projeto Quem estuda, dança, desenvolvido às sextas-feiras, destinado a relaxar, por meio de danças urbanas, quem tem um cotidiano atribulado na faculdade, no cursinho ou no trabalho.
A turma se reúne às sextas-feiras, às 19h, no Instituto de Educação Olavo Bilac. O coreógrafo Jean Marley Braz Mendes, 23 anos, é o responsável pela atividade. O aulão de relaxamento é oferecido pelo grupo de dança Consequência do Som, do qual Jean é diretor, e pode ser frequentado por alunos do grupo ou pessoas de fora (confira as condições ao lado).
Aqui, ficamos uma hora concentrados na dança, que relaxa eles, libera endorfina. Tira o estresse do dia a dia diz o coreógrafo.
Lembrar dos problemas que estão fora da sala de dança fica difícil mesmo. É que não dá para pensar em mais nada diante dos muitos detalhes a serem observados para poder acompanhar o professor, desde movimento de pernas, braços, quadris a caras e bocas.
Inspiração nos Estados Unidos
As coreografias de Jean são inspiradas nas danças de Los Angeles, nos Estados Unidos, nas performances de artistas pop em videoclipes e nos passos do cantor Justin Timberlake. Não quer dizer que o grupo dance sempre ao som de um mesmo estilo musical. A técnica corporal pode ser desenvolvida com qualquer vertente, de música popular brasileira a rock. No aulão das sextas, Jean coloca músicas mais conhecidas.
Quando venho, fico menos estressada, durmo melhor. Esqueço dos problemas quando danço diz Sofia Cardoso Pires, 20 anos, estudante do 7º semestre do curso de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A rotina na Faculdade de Medicina na UFSM também é puxada para Fernanda Rubin de Mello, 18 anos, que está no 3º semestre. Ela faz aulas de danças urbanas nas segundas, quartas e sextas. Está no nível intermediário.
Tem me ajudado nos estudos, dá mais disposição para a gente, exercita a memória. Também fiz aqui novos amigos, conheci pessoas diferentes comenta.
Estímulo à criatividade
A dança urbana inspira a designer gráfica Bruna Paz, 25 anos. Trabalhadora da indústria criativa, Bruna cria marcas, peças gráficas e digitais.
A dança estimula a criatividade, a concentração. Me dá inspiração, me tranquiliza conta a jovem, que já fez aulas de jazz e balé.
Integrante da ala avançada do grupo Consequência do Som, Bruna participa de competições. Assim como Lucas Menezes Jorge, 21 anos. Futuro engenheiro agrônomo, Lucas integra a companhia desde 2011 e ajudou a fundá-la.
Estudante tem uma rotina estressante. A dança é uma válvula de escape.
OS BENEFÍCIOS
A dança melhora significativamente o equilíbrio do corpo devido aos movimentos.
A socialização e a alegria da dança ajudam a melhorar o humor, a autoestima e a prevenir doenças como a depressão.
A atividade eleva a capacidade cardiorrespiratória e a força muscular.
Melhora a qualidade do sono.
A dança é um desafio para o cérebro, propiciando habilidades no aprendizado e na memória.
O GRUPO
O grupo Consequência do Som foi criado em 2011.
As danças urbanas são originárias dos Estados Unidos, surgidas de festas de quarteirão, da rua.
Elas têm vertentes como House Dance, Krump e Hip Hop Freestyle.
A companhia Consequência do Som tem aulas para os níveis iniciante, intermediário e avançado.
Para participar do aulão, é preciso pagar R$ 5. Para fazer parte do grupo, a taxa de matrícula é de R$ 20, e a mensalidade, R$ 55.
O dinheiro arrecadado nas aulas é usado para montar figurinos para a participação do grupo em eventos e competições. No ano passado, a companhia santa"